Com a Campanha da Fraternidade em 2013 focada na juventude, a Igreja do Brasil abrirá ainda mais o coração para a novidade que os jovens sempre trazem. É o que pensa Dom Eduardo Pinheiro da Silva, presidente da Comissão Episcopal para a Juventude, que propôs o tema escolhido pelo Conselho Permanente da CNBB.
O bispo-auxiliar de Campo Grande comemorou a escolha e a mobilização dos jovens, que, num prazo de quatro meses, recolheram em todo o país quase 300 mil assinaturas na petição encaminhada aos bispos em apoio ao tema. Veja a seguir a entrevista que Dom Eduardo concedeu aos Jovens Conectados nesta quinta-feira (16).
Jovens Conectados: Dom Eduardo, qual a importância da escolha desse tema da Campanha da Fraternidade de 2013 para a juventude e para a Igreja do Brasil?
Dom Eduardo Pinheiro: Teremos um ano todinho direcionado, voltado à juventude. A campanha é muito mais abrangente dentro desse ano de 2013, especialmente com várias outras atividades que estamos organizando com relação à juventude. Os jovens vão se beneficiar com as respostas concretas que o episcopado, que a Igreja lhe dará. E a Igreja vai se beneficiar porque vai abrir mais o ouvido, o coração, as portas para a novidade que a Juventude sempre traz.
Jovens Conectados: Que questões específicas da juventude poderão ser tratadas durante a campanha?
Dom Eduardo Pinheiro: Uma das questões certamente é o valor da vida dos jovens. Devemos fazer com que eles percebam seu grande valor e despertar os adultos para essa valorização, para um olhar positivo diante dos jovens. Precisamos mostrar nossa voz na sociedade, em vista da questão da vida dos jovens e da dignidade da vida, na luta por políticas públicas relacionadas à juventude, favorecendo assim uma maior qualidade de vida dos jovens, que em muitos lugares está sendo dizimada por violências físicas, pelas drogas, etc. As drogas são outro elemento que devemos tocar.
Outra questão é a família. Nós sabemos o quanto esse valor fundamental na vida de uma pessoa está sendo deteriorado por certas filosofias de vida ou por pontos de vista que não condizem com uma formação integral. Acredito que vai ser uma oportunidade boa para tratar disso.
Outro elemento a ser tratado é a missionariedade. Precisamos fazer com que a juventude seja mais valorizada em sua capacidade de atuar na Igreja e na sociedade e precisamos motivar o jovem a sair de seu mundo para fazer uma doação, um trabalho voluntário, para ser mais solidário com a vida do próximo.
Jovens Conectados: O senhor acredita que a campanha possa ter efeito práticos em termos de politicas públicas?
Dom Eduardo Pinheiro: Toda Campanha da Fraternidade tem também essa dimensão de uma participação sócio-política, especialmente chamando a atenção da sociedade para aquele tema enfocado e ao mesmo tempo chamando a atenção da Igreja para uma participação mais efetiva na sociedade.
Jovens Conectados: Como o senhor espera que seja a participação dos jovens na campanha?
Dom Eduardo Pinheiro: A participação dos jovens certamente deverá ser contemplada desde a construção do texto-base, quem sabe. É um texto que precisa de uma qualidade técnica e de uma participação de vários pontos de vista. E também esperamos que a campanha seja vivida na comunidade, nas paróquia, na base. Acreditamos que toda essa presença, esse contato que temos com pastorais da juventude, movimentos, novas comunidades, etc., nós conseguiremos fazer com que essa campanha seja mais vivenciada nas bases, porque o jovem está lá e temos certeza de que ele vai assumir isso de coração.
Jovens Conectados: Houve uma intensa participação dos jovens coletando assinaturas na petição pelo tema da juventude na Campanha da Fraternidade de 2013. Qual foi a importância desse trabalho?
Dom Eduardo: O valor primeiro é essa adesão a uma proposta que fizemos. Foram praticamente quatro meses de campanha para recolher quase trezentas mil assinaturas! Isso significa que temos um povo que realmente deseja esse tema e que está ligado à juventude. Esse número é muito significativo pelo pouco tempo que tivemos.
Enquanto eram coletadas assinaturas, ouvi várias histórias. Várias vezes me abordaram dizendo “Olha, nós já entregamos a ficha lá na CNBB”. Outras pessoas vieram entregar as assinaturas pra mim, e peguei e encaminhei. Senti que o pessoal estava contente com isso. Uma vez um padre me telefonou de uma cidade perguntando: “Dom Eduardo, juventude é um tema tão importante. O senhor acha que precisa coletar assinaturas para os bispos se convencerem?” Eu disse: olha, não é que o número de assinaturas vai contar como se fosse a maior força, mas é para haver já um envolvimento, a conscientização sobre um tema tão querido. Só o fato de o pessoal sair por aí recolhendo adesões, falando de juventude, já é uma propaganda muito importante para o tema. Com isso, nós podemos dizer que a campanha já começou.
Jovens Conectados: o senhor gostaria de acrescentar algo mais?
Dom Eduardo Pinheiro: Além de agradecer a Deus por mais este presente que Ele dá a nossa Igreja e à juventude do Brasil, por fazer acontecer essa aprovação, quero pedir que todos nós abracemos esta causa. É um tema importante, e acreditamos que sem a força de todas e de todos que fazem parte da Igreja não teremos o sucesso como uma Campanha da Fraternidade. Peço um grande envolvimento a todos, principalmente aos jovens.
(fonte: http://jovensconectados.org.br)
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