14 de novembro de 2011

#CruzJMJ na Arquidiocese de Montes Claros

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Durante todo o dia desta quarta-feira (09/11), a movimentação foi intensa na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São José de Montes Claros. Logo cedo os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deixaram a primeira catedral da cidade para visitar o Centro Socioeducativo Nossa Senhora Aparecida (Cesensa), onde adolescentes em situação de risco social foram entretidos com catequese e variadas místicas. Depois, a Comissão Organizadora da Peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora a Montes Claros os levou para a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), quando os símbolos foram recepcionados por funcionários, estudantes, Grupos de Oração Universitários (GOUs), pela Pastoral Universitária (PU), pelo Projeto Universidades Renovadas (PUR), dentre outras pessoas e organismos ali presentes.

Os símbolos da JMJ retornaram então à igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José. Do meio-dia às 18h, as seis regiões pastorais do Setor Centro Arquidiocesano (Montes Claros) fizeram vigília à Cruz e ao Ícone de Nossa Senhora, cada uma em um horário pré-determinado. A partir daí, a multidão, que não parava de entrar na igreja, preparou-se para a missa de despedida dos símbolos. A matriz permaneceu lotada durante as duas horas de celebração eucarística, presidida pelo bispo diocesano de Janaúba, dom José Ronaldo Ribeiro. Os gorutubanos seriam os próximos fiéis a acolher a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora. Concelebrou a missa o bispo diocesano de Estância, no Estado de Sergipe, dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida, que pregou retiro nesta semana na Diocese de Janaúba.

Além dele, o pároco da matriz, padre Kennedy dos Santos Silva, e o reitor do Seminário Maior Imaculado Coração de Maria, o monsenhor Silvestre José de Melo, também concelebraram, ao lado de outros sacerdotes. Participaram ainda da santa missa outros presbíteros, como o chanceler da Arquidiocese de Montes Claros, o monsenhor José Osanan de Almeida Maia, diáconos permanentes, seminaristas, agentes de pastoral, e leigos e leigas de toda a Província Eclesiástica de MOC.

Angústias e anseios juvenis


Antes de começar a celebração de despedida, missionários jovens mostravam à assembleia presente, mais de mil pessoas, suas ofertas e produziam uma peça de teatro “representando a juventude de hoje”. Esses jovens oraram para que, através de todos os seus intercessores, o Nosso Senhor Jesus Cristo despertasse e alertasse o coração de muita gente do engano do culto ao corpo perfeito. Que o esporte fosse praticado com espírito de equipe, ao invés do espírito de competição a todo custo. Os jovens missionários ofertaram “nossa máquina fotográfica que registra as belezas de Deus, nossos estudantes, nosso trabalho, nossa vida profissional, todas as tecnologias, sobretudo a internet, as redes sociais, os e-mails”, que possibilitam “levar Nosso Senhor para todo o mundo”.

Pároco da Paróquia São Norberto de Montes Claros, o cônego premonstratense João Batista de Souza Lopes aproveitou a oportunidade para deixar a sua mensagem de esperança. “Para quem não tem fé, a cruz assusta; para quem tem fé, a cruz” ilumina a alma humana, declarou o pároco. Ao sublinhar que é “muito importante a caminhada comunitária”, o lugar social “onde você participa”, padre João chamou a atenção dos fiéis para o perigo do mundo das drogas, das bebidas alcoólicas, do sexo desenfreado, do consumismo exagerado e de todo pecado. A “arrecadação espiritual” é essencial para o progresso humano, concluiu.

Após a leitura do Evangelho (Jo 2, 13-22), aconteceu a conversa com o povo (homilia). O bispo diocesano de Janaúba, dom José Ronaldo Ribeiro, cumprimentou e acolheu todos os presentes. Recordou que neste 09/11 é a Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, em Roma, Itália. Isso quer dizer que devemos preservar os espaços públicos. A Festa da Dedicação da Basílica nos faz “lembrar a dedicação com os templos”. “Que nós somos templos” do Espírito Santo. 

Sempre uma experiência nova

“Este altar representa a cruz. Nele se realiza o que nela foi feito: o maior gesto de amor de Deus para com a humanidade”. E quando repetimos, sempre de maneira diferente, “o santo sacrifício da missa”, fazemos memória a este “gesto de amor”, esclareceu dom José Ronaldo e, apontando para a Cruz da Jornada Mundial da Juventude, destacou a sua importância. ”Veio-me à mente quando São Paulo diz: quando fui pregar, não recorri à eloquência”, a retóricas, a discursos rebuscados e que o povo não entende.

“Mas foi na minha fragilidade que anunciei Jesus”, reforçou a mensagem do apóstolo dos gentios. O bispo diocesano de Janaúba contou então o que “certamente passou pela cabeça do papa” ao se relacionar com as milhares de juventudes deste mundo todo. “O que vou propor a eles, aos jovens”, deve ter pensado o papa. “Eu mesmo tive a oportunidade” de participar de uma Jornada Mundial da Juventude, relembrou dom José Ronaldo. Foi em Loreto, Itália. A 15ª Jornada Mundial da Juventude aconteceu em Roma, capital italiana, e mobilizou todo o país, como acontece hoje no Brasil, rumo à JMJ do Rio de Janeiro (RJ), em 2013.

Ali, em Loreto, o bispo gorutubano compreendeu “a força que Jesus Cristo tem de atrair os jovens e a humanidade”. “Esse sinal de dor se tornou sinal de vitória”, declarou ao apontar para a Cruz que permaneceu na matriz durante três dias para visitação. Ainda na homilia da missa de despedida aos símbolos da JMJ, dom José Ronaldo Ribeiro versou sobre a vida de Jesus Cristo. Ainda na juventude, com 33 anos, “não de cabeça baixa”, mas com convicção, “Jesus estava decidido” do que iria ocorrer com ele. “Sabia também as consequências desse fim, dessa decisão”. Mas o seu comportamento “traria vida ao mundo”, analisou dom José Ronaldo e acrescentou. “Jesus veio nos resgatar não por fáceis, fúteis caminhos”. “Jesus propõe a porta estreita”. “Jovens querem desafios”, contextualizou. No entanto, “por muito, o jovem pode ser enganado”. “O satanás até se apresenta amigo da gente”, ensinou ao salientar que é fundamental “fazer a verdadeira escolha”.

Opção

“Se quisermos saber até onde temos que ser obedientes a Deus”, se quisermos saber os nossos limites, é “até a morte”, sentenciou, relacionando a sua mensagem com o Ícone de Nossa Senhora ali presente. E tudo isso “no silêncio que sempre foi o silêncio de Maria. Ela não é vista como uma coitadinha. Tanto que é chamada de co-redentora. Viu de perto o sofrimento de seu filho”, observou o presidente da cerimônia religiosa. Para dom José Ronaldo, Jesus e Maria sabiam a dor que iam passar. Cristo não se utilizou da sua condição divina para se desvencilhar do sacrifício de ser crucificado, pontuou. “E foi decidido, calado como um cordeiro é levado ao matadouro”, que Cristo realizou “o maior gesto de amor de Deus para com a humanidade”.

O bispo voltou então ao Evangelho do Dia. “Destruo este templo e, em três dias, eu o reerguerei”, repetiu dom José frase de Jesus e, ao indicar novamente para a Cruz, endossou. “Esse sinal é de vitória”. “Vou até o fim” e “sei que não ficarei decepcionado”. “Cuidemos então de nós mesmos “, orientou o celebrante. Para ele, é “esse amor que dá sentido à nossa existência: amar como Jesus amou”. “Fazer de nós mesmos uma oferta que agrade a Deus”. Daí, “as ações da Igreja que temos hoje”, como a Sociedade São Vicente de Paulo, que recebeu a responsabilidade de repassar alimentos doados a famílias carentes da região, gesto concreto de solidariedade dos fiéis nesta Peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora à MOC.

Após o término da homilia, a Comissão Organizadora da Peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora a Montes Claros destacou a abertura do Ano Missionário Arquidiocesano na última segunda-feira (07/11). Também enfatizou, antes do ofertório, que a coleta desta celebração eucarística seria destinada para despesas da Arquidiocese de Montes Claros com a vinda dos símbolos da JMJ ao município norte-mineiro.


(fonte: arquimoc.org.br)

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