26 de março de 2012

Campanha de Voluntariado para JMJ 2013 é lançada no Rio

Foi lançado nesse domingo, 25, em todas as Paróquias da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a Campanha de Voluntariado da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.

Os voluntários são aqueles que fazem, de fato, a jornada acontecer, pois realizam diversos trabalhos e acolhem os peregrinos, explicou o responsável pelo Setor de Voluntariado, padre Ramon Nascimento. "O voluntário é o braço da Jornada que se estende até os peregrinos para acolher, para ajudar e para dar toda a orientação para que eles possam, de fato, viver a Jornada Mundial da Juventude", destacou.

Em entrevista, a responsável por coordenar os voluntários da JMJ Rio2013, Giselle Azevedo, conta sua experiência no trabalho voluntário. Missionária da Comunidade Católica Shalom, ela teve a oportunidade de representar os jovens brasileiros na Jornada de 2011 em Madri e de discursar para o Papa Bento XVI.

Leia, abaixo, a entrevista

JMJ - Como você conheceu a JMJ?

Giselle - Conheci a Jornada em 2000. Um grande evento foi feito na minha cidade de promoção da Jornada Mundial da Juventude e achei muito interessante que o Santo Padre quisesse proporcionar esse grande encontro com a juventude de todo o mundo. Tive muita vontade de participar. Foi quando se passaram duas jornadas – 2000 na Itália e 2002 em Toronto – e a Comunidade Católica Shalom, da qual eu faço parte, me presenteou, enviando-me à Colônia, na Alemanha, em 2005. Fui enviada para organizar as apresentações artísticas da Comunidade durante a JMJ. Lá, eu tive a oportunidade de me deparar com este grande evento que reúne jovens do mundo todo na mesma fé.

JMJ - E o voluntariado, como surgiu esse desejo de servir?

Giselle - Estando em Colônia, eu fiquei muito surpresa não só com os jovens que participavam, mas também com aqueles que doavam as suas vidas ali, que estavam com tanta alegria servindo, me senti muito tocada. Foi quando em 2010, a Comunidade quis dar a Igreja um dos seus jovens para construir a Jornada de Madri e me indicou para ser voluntária. Fiquei muito feliz com esta escolha. Morei em Madri durante quatro meses e trabalhei no Departamento de Cultura. Uma experiência maravilhosa de Igreja, de estar ali ajudando na evangelização dos jovens.

JMJ - Quais as maiores alegrias e os maiores desafios em ser voluntária?

Giselle - A maior alegria é estar em missão, estar a serviço da Igreja e em favor da evangelização dos jovens, favorecer o encontro mais incrível da vida de uma pessoa que é o encontro pessoal com Cristo. Fazer parte desse sonho de Deus é um privilégio imenso! E o desafio é ir embora ao final da JMJ!! Se bem que pra mim não foi um fim total porque ao terminar a JMJ de Madri, tive uma semana de recesso pra me adaptar a minha nova vida, aqui no Rio de Janeiro e logo comecei a trabalhar para a JMJ Rio2013.

JMJ - Como foi a emoção de estar com Papa logo na cerimônia de acolhida e depois de discursar para ele?

Giselle - Os dois convites foram surpreendentes, não esperava e tenho toda tranquilidade de dizer que não foi mérito meu. Foi, realmente, graça de Deus! Acho que Deus quis presentear não só a mim, mas, também, a nossa arquidiocese, o nosso país. Eu estava representando os jovens do mundo todo, não apenas o Brasil, mas os 30 mil jovens que estiveram presentes em Madri como voluntários. Logo na chegada do Santo Padre foram escolhidos quarenta jovens do mundo todo para recebê-lo. Fui chamada para representar o Brasil.. Era para ser algo muito simples, mas logo no primeiro ato do Papa na JMJ de Madri, ele nos surpreendeu, quebrando o protocolo. Ele parou e quis saudar, saber os nomes e de onde vínhamos e nos dar uma bênção particular. Foi uma experiência maravilhosa! Ele me disse alguma coisa, mas confesso que estava tão maravilhada que nem lembro o que foi. Mas o olhar dele me falou tudo: me senti profundamente amada naquele momento. E isto foi importante para que eu me preparasse para o discurso ao Santo Padre.

Quanto ao discurso, um mês antes da JMJ me perguntaram o que eu falaria para o Papa em três minutos, se tivesse a oportunidade. Então disse o que vinha no meu coração: falei da minha alegria de ser voluntária, que a minha vida não tinha sentido fora da Igreja, que queria doar toda a minha vida em vista da evangelização dos jovens, falei do quanto amava o Santo Padre e etc. Dias depois soube que havia sido, de fato, escolhida para fazer um discurso para o Papa. Passei alguns dias sem acreditar e sem contar pra ninguém, até que vi meu nome na programação... No dia do discurso, eu estava muito tranquila. Deus me deu uma graça. Poderia ter lido o meu discurso, mas não consegui tirar os olhos do Santo Padre. Diante de mim havia um homem tão simples, tão sereno, tão cheio da presença de Deus, com um olhar tão amoroso, tão paterno e tão cheio de esperança! Falei tudo que estava em meu coração, falei com muita tranquilidade, querendo que ele entendesse cada palavra, por isso eu falei devagar. Queria que aquelas palavras caíssem no coração dele, como um presente em nome da juventude: uma juventude que ama Cristo, que se compromete com a Igreja. Sem dúvidas, o momento mais feliz da minha vida! Sempre digo que parece que esperei 28 anos da minha vida para viver um momento tão especial. Depois desses três minutos, ele estendeu os braços e eu tive a oportunidade de ir até ele, me pus aos seus pés, de joelhos, e disse a ele que ele podia contar comigo, com as minhas orações e com o meu ardor missionário, mas não só comigo, como com toda Comunidade Shalom, da qual eu faço parte. Disse-lhe, também, que a minha vida não tinha sentido se não fosse ofertada por amor a Deus, a Igreja e aos homens. O Santo Padre me respondeu dizendo que se alegrava muito com a minha vida e que rezaria por mim, me confiando a Nossa Senhora Aparecida.

JMJ - E agora você coordenando os voluntários... Como aconteceu este chamado para esta missão?

Giselle – Creio que a minha maior missão é testemunhar a alegria de ser voluntária, de estar a serviço da Igreja, motivando a outros também vivam esta mesma graça. Trabalho em profunda unidade com o diretor do meu setor, o padre Ramon Nascimento. Além de assessorá-lo no exercício da sua função, me foi dada a responsabilidade de selecionar e alocar os voluntários nos diversos setores e trabalhos da JMJ. Peço sempre ao Espírito Santo que me conduza nesta missão.

JMJ - Qual a mensagem ou o convite que você faz aos jovens para que se unam neste serviço?

Giselle - Eu te convido a se tornar um voluntário, pois é algo que muda a vida: pelo serviço a Deus, pelo serviço ao outro, pelo serviço à Igreja. É uma oportunidade única. A Jornada, embora, tenha uma configuração própria (catequeses, atos centrais...), ganha a cara da cidade que a acolhe, daquele povo que a prepara. Então, aqui no Brasil, encorajo a todos os brasileiros e, em especial, os cariocas, os jovens e os adultos da nossa arquidiocese a construirmos, juntos, esta Jornada. Ela depende do SIM de cada um. Será uma experiência maravilhosa, a jornada é um grande dom!

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