29 de janeiro de 2011

Palavra do Pastor

4º Domingo do Tempo Comum – 30.01.2011

Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, fraco, sem importância, desprezado, sem serventia, para confundir os sábios, os fortes, os importantes (cf 1Cor 1,27-29)

+ João Braz de Aviz
Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília
Aos olhos dos que assumiram o individualismo da cultura atual como valor absoluto, que anula qualquer outro tipo de valor, as afirmações de Jesus, no elenco das bem-aventuranças, como também a afirmação do apóstolo Paulo na Primeira Carta aos cristãos de Corinto, que evidenciamos acima, parecem absurdo.
Riquezas, poderes, prazeres, e tudo o que deles deriva, são sonhos que estão no horizonte de muitos homens e mulheres do nosso tempo. Para alguns como algo a conseguir a todo o custo. Para outros, que já os possuem, algo a defender com todos os meios.

Como é possível, então, entender o modo estranho de falar de Jesus e, por conseqüência, do seu discípulo Paulo? De fato, Jesus considera bem-aventurados os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os que são perseguidos por causa da justiça, e os injuriados. Todos esses são homens e mulheres que experimentam o sofrimento. Será mesmo que Jesus valoriza somente aquilo que nos faz mal?
A Bíblia nos fala de um Deus-Amor, que criou tudo e tudo colocou nas mãos do homem e da mulher para que fossem felizes. Ele viu que tudo o que foi criado era bom. Foi o próprio pecado da mulher e do homem que criou desequilíbrio na criação. A criação, porém, continua bela e cheia de harmonia. Por isso não é correto pensar que o discípulo e a discípula de Jesus não devam usar com alegria das riquezas desse mundo, ou não possam experimentar o poder como instrumento de organização social a serviço do bem de todos; ou ainda experimentar o prazer em seus atos. É superficial e tendenciosa afirmação daqueles que vêem na Igreja uma força retrógrada, anticientífica e contra a felicidade do homem e da mulher.
O que Jesus deixa claro em seu ensinamento original é que para viver como Deus vive, o homem e a mulher precisam experimentar o amor. E o amor exige de nós dar a Deus sempre o primeiro lugar em nossa vida, pois só Ele é capaz de tornar felizes o homem e a mulher. Feito isto, nossa vida adquire sentido se nós passamos a fazer de nossa vida um serviço a cada pessoa, e isso exige de nós a doação, o sacrifício. Este é o estilo de vida do discípulo de Jesus. Experimentemos e veremos a felicidade despontar abundante em nosso interior!

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