Não são vítimas do terremoto, mas do tráfico de pessoas, segundo jesuítas
Muitas das crianças de rua haitianas na capital dominicana não são, como se achava inicialmente, vítimas do terremoto do ano passado, mas do tráfico de crianças.
De acordo com os resultados iniciais de uma investigação do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), na República Dominicana, muitas das crianças trazidas para o país são obrigadas a trabalhar contra sua vontade.
O desespero e o trauma do terremoto no Haiti agravaram a vulnerabilidade da população, o que beneficia as redes de tráfico de pessoas de ambos os lados da fronteira, informa o relatório.
A maioria das crianças haitianas que chegaram ao país e vagueiam pelas ruas mendigando não é de áreas atingidas pelo terremoto, segundo um relatório do SJR.
O documento preliminar do Observatório de Direitos Humanos do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRMS) indica que muitas crianças trazidas para a República Dominicana estão sendo submetidas a trabalhos forçados.
O estudo, citando outras organizações, como a Coalizão ONG, disse que os menores procedem de áreas como o Cabo Haitiano e Wanament, razão pela qual é muito provável que sejam vítimas do tráfico, já que tais regiões não foram afetadas pelo terremoto.
O relatório indica que as crianças são trazidas ao país para mendigar, trabalhar como vendedores ambulantes, engraxates, empregados domésticos nas casas dos dominicanos e haitianos, mão de obra barata em empresas de construção, agricultura e pecuária, na prostituição e na venda de drogas em pequena escala.
Entre as causas do tráfico, especialmente de meninos e meninas, as Hermanas Juanistas de Wanament destacam a tendência dos pais de origem haitiana, que vivem na República Dominicana, a confiar nos "buscadores" para trazer seus filhos a este país.
Apenas em Wanament, foram registradas 200 crianças deslocadas que viajaram com "buscadores" em grupos de 10 a 25; na estrada, suportam fome e abusos e, em muitos casos, seu destino na República Dominicana é ser usadas para pedir dinheiro nas ruas.
Segundo indicaram várias fontes, em Sosúa e Cabarete, que, por suas boas condições para o kitesurf, recebem milhares de turistas europeus e sul-americanos, as crianças pedintes juntam até 500 pesos por dia (cerca de 13,5 dólares), tornando-se um negócio atraente para as redes de traficantes, de acordo com Maria Josefina Paulino, diretora do Movimento para o Autodesenvolvimento Internacional da Solidariedade (MAIS), com sede em Puerto Plata.
O relatório da Coalizão ONG pela Infância, desenvolvido em coordenação com as autoridades, revelou que apenas 14 das 53 crianças vinham de Porto Príncipe, enquanto o resto era do norte do Haiti, como Cabo Haitiano e Juana Méndez, onde o terremoto não provocou danos.
"Já denunciamos isso muitas vezes, mas ninguém faz nada", lamentou Paulino, referindo-se a que nenhum traficante de crianças imigrantes foi preso e processado.
Entre os lugares mencionados com frequência como centros de turismo sexual está Cabarete, onde um grupo de supostos missionários americanos, liderados por Laura Silsby, procurou ilegalmente levar 33 crianças haitianas depois do terremoto, em um evento que correu o mundo.
Kirsis Fernández, ministra do Conselho Nacional para a Infância e Adolescência (CONANI) da República Dominicana, informou, em 27 de janeiro, que, na República Dominicana, há cerca de 600 crianças haitianas detectadas que chegaram após o terremoto e que estão recebendo a proteção adequada, tanto psicológica como alimentar e de saúde, em um esforço conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
A ministra dominicana disse que na fronteira há equipes do CONANI em centros de albergues que estão sendo supervisionados pela UNICEF, e que a maioria dessas crianças tem uma família.
Negou que na República Dominicana haja tráfico de crianças e sublinhou que, para evitar esta situação, foi acordado que o embaixador do Haiti na República Dominicana, Firgz Cineas, é a pessoa mais adequada para autorizar as saídas do país.
(Nieves San Martín)
O desespero e o trauma do terremoto no Haiti agravaram a vulnerabilidade da população, o que beneficia as redes de tráfico de pessoas de ambos os lados da fronteira, informa o relatório.
A maioria das crianças haitianas que chegaram ao país e vagueiam pelas ruas mendigando não é de áreas atingidas pelo terremoto, segundo um relatório do SJR.
O documento preliminar do Observatório de Direitos Humanos do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRMS) indica que muitas crianças trazidas para a República Dominicana estão sendo submetidas a trabalhos forçados.
O estudo, citando outras organizações, como a Coalizão ONG, disse que os menores procedem de áreas como o Cabo Haitiano e Wanament, razão pela qual é muito provável que sejam vítimas do tráfico, já que tais regiões não foram afetadas pelo terremoto.
O relatório indica que as crianças são trazidas ao país para mendigar, trabalhar como vendedores ambulantes, engraxates, empregados domésticos nas casas dos dominicanos e haitianos, mão de obra barata em empresas de construção, agricultura e pecuária, na prostituição e na venda de drogas em pequena escala.
Entre as causas do tráfico, especialmente de meninos e meninas, as Hermanas Juanistas de Wanament destacam a tendência dos pais de origem haitiana, que vivem na República Dominicana, a confiar nos "buscadores" para trazer seus filhos a este país.
Apenas em Wanament, foram registradas 200 crianças deslocadas que viajaram com "buscadores" em grupos de 10 a 25; na estrada, suportam fome e abusos e, em muitos casos, seu destino na República Dominicana é ser usadas para pedir dinheiro nas ruas.
Segundo indicaram várias fontes, em Sosúa e Cabarete, que, por suas boas condições para o kitesurf, recebem milhares de turistas europeus e sul-americanos, as crianças pedintes juntam até 500 pesos por dia (cerca de 13,5 dólares), tornando-se um negócio atraente para as redes de traficantes, de acordo com Maria Josefina Paulino, diretora do Movimento para o Autodesenvolvimento Internacional da Solidariedade (MAIS), com sede em Puerto Plata.
O relatório da Coalizão ONG pela Infância, desenvolvido em coordenação com as autoridades, revelou que apenas 14 das 53 crianças vinham de Porto Príncipe, enquanto o resto era do norte do Haiti, como Cabo Haitiano e Juana Méndez, onde o terremoto não provocou danos.
"Já denunciamos isso muitas vezes, mas ninguém faz nada", lamentou Paulino, referindo-se a que nenhum traficante de crianças imigrantes foi preso e processado.
Entre os lugares mencionados com frequência como centros de turismo sexual está Cabarete, onde um grupo de supostos missionários americanos, liderados por Laura Silsby, procurou ilegalmente levar 33 crianças haitianas depois do terremoto, em um evento que correu o mundo.
Kirsis Fernández, ministra do Conselho Nacional para a Infância e Adolescência (CONANI) da República Dominicana, informou, em 27 de janeiro, que, na República Dominicana, há cerca de 600 crianças haitianas detectadas que chegaram após o terremoto e que estão recebendo a proteção adequada, tanto psicológica como alimentar e de saúde, em um esforço conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
A ministra dominicana disse que na fronteira há equipes do CONANI em centros de albergues que estão sendo supervisionados pela UNICEF, e que a maioria dessas crianças tem uma família.
Negou que na República Dominicana haja tráfico de crianças e sublinhou que, para evitar esta situação, foi acordado que o embaixador do Haiti na República Dominicana, Firgz Cineas, é a pessoa mais adequada para autorizar as saídas do país.
(Nieves San Martín)
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