16 de fevereiro de 2011

Papa apresenta mensagem profética para os jovens

Leonardo Meira
Da Redação



Montagem sobre fotos / CN
Padre Joãozinho, SCJ, e o Bispo responsável pelo Setor Juventude da CNBB, Dom Eduardo Pinheiro
Contados exatamente a partir desta quarta-feira, faltam 180 dias – ou 6 meses – para o início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento deve reunir cerca de 2 milhões de jovens do mundo todo na capital espanhola, Madri, entre 16 e 21 de agosto.

Essa grande festa de fé proporciona um encontro singular entre o Papa Bento XVI e a juventude, mas a preparação começa um bom tempo antes. Um dos principais meios para viver desde já o espírito da Jornada é se aprofundar na mensagem escrita pelo Pontífice todos os anos em virtude do encontro.


"O Papa anuncia com coragem uma mensagem profética. Ele poderia pasteurizar a mensagem, para que ela se tornasse mais palatável: transformar Jesus em sorvete, em lanche defast-food. Mas o jovem tem dentro do seu coração uma bússola de autenticidade. E quando ele vê o Papa falando contra a corrente, não falando o que se gostaria de ouvir, mas o que é preciso ouvir, então esse mesmo jovem se sente seguro com essa mensagem", afirma o doutor em Teologia, Educação e Espiritualidade, padre João Carlos Almeida, SCJ, mais conhecido como "Joãozinho".

Já o Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS) e responsável peloSetor Juventude da CNBB, Dom Eduardo Pinheiro, destaca que o texto do Papa é um convite a encontrar "linguagens adequadas para chegar ao coração dos outros. Aí vem o compromisso de quem se encontra e faz a experiência com Jesus: ser desafiado a encontrar estratégias, momentos, eventos, escritos que falem e toquem de modo novo na vida, problemas e situação da juventude".

Tema e partilha
O tema escolhido para a JMJ 2011 é "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (Col 2, 7).

Padre Joãozinho recorda que são exatamente esses os itens que mais faltam na vida do jovem pós-moderno. "Eles não têm raízes, encontram-se como folhas ao vento, normalmente não têm estrutura de personalidade edificada, forte como um prédio. Se constroem e desconstroem todo o dia", elenca.

São como que três feridas nas quais o Papa toca, apresentando a proposta da árvore edificada em terra firme. Para isso, Bento XVI usa diversos exemplos da sua própria vida, da época de sua juventude, para ressaltar que "a juventude segue sendo a idade na qual se busca uma vida maior", como ele próprio afirma no texto.

As angústias da ditadura nacional-socialista e da guerra, as incertezas sobre o futuro vocacional e o desejo de não cair na mediocridade são alguns dos aspectos recordados pelo Santo Padre na mensagem.

"O homem, na verdade, está criado para o que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente", ensina o Sucessor de Pedro.




O Papa afirma que "a fé cristã não é somente crer na verdade, mas, sobretudo, é uma relação pessoal com Jesus Cristo. O encontro com o Filho de Deus proporciona um dinamismo novo a toda a existência".

Dom Eduardo afirma que, muitas vezes, tem-se uma visão errônea da fé, como se fosse um movimento interior – às vezes mais forte, às vezes mais fraco –, no sentido mais "mágico" da palavra.

"Fé é, a partir do que creio, a vida vivida nos valores que assumo. Ela traz uma obrigatoriedade de vivência cotidiana, desde reorganização da minha vida até minha relação com as pessoas, com o mundo, com a natureza, a família, a sociedade, a profissão", salienta.

O bispo continua e indica que ou se é pessoa de fé, que vive a partir da fé, ou não se é.

"Falar que tenho fé só quando rezo é muito pouco. A fé dá respostas para o modo como eu enfrento as situações, sempre pedindo que o Espírito Santo me ilumine, confiando a Deus as decisões. A fé mostra que, acima de tudo, Deus está interessado na minha vida, é o grande sonhador de minha felicidade, está junto comigo para eu acertar", diz.

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