Os pais das crianças estavam na Praça de São Pedro
Bento XVI pediu ontem à sociedade que fizesse um exame de consciência sobre a solidariedade diante da morte de quatro crianças, originárias da Romênia, na semana passada, em um acampamento de ciganos, em Roma.
Recordando o mandamento central deixado por Jesus, "ama a Deus com todo o coração e ama teu próximo como a ti mesmo", o Pontífice recordou, durante a oração do Ângelus, o drama causado por um fogão a lenha que os pequenos haviam acendido para esquentar-se, na noite de 6 de fevereiro, na ausência dos seus pais.
Na Praça de São Pedro, estavam presentes centenas de ciganos, incluindo os pais e parentes das crianças que faleceram no incêndio, reunidos junto à Comunidade de Sant'Egídio para ouvir as palavras do Papa; eles carregavam um cartaz no qual se podia ler: "Os ciganos saúdam o Papa".
Diante do mandamento do amor, afirmou o Papa, "o triste caso de quatro crianças ciganas, falecidas na semana passada nos arredores desta cidade, em sua barraca queimada, exige que nos perguntemos se uma sociedade mais solidária e fraterna, mais coerente no amor, ou seja, mais cristã, não teria podido evitar essa tragédia".
"E esta pergunta é válida para muitos outros eventos dolorosos, mais ou menos conhecidos, que ocorrem diariamente em nossas cidades e nossos países", acrescentou, falando da janela dos seus aposentos.
Na quarta-feira passada, muitos ciganos se reuniram na Basílica de Santa Maria in Trastevere, em Roma, para participar de uma vigília de oração por Sebastian, Patrizia, Fernando e Raul, as 4 crianças.
No final da cerimônia, o cardeal Agostino Vallini, vigário geral do Papa para a diocese de Roma, levou a saudação do Santo Padre aos presentes. No domingo passado, com sua visita ao Vaticano, os ciganos quiseram agradecer Bento XVI.
"O Papa é bispo de Roma e exorta com força esta cidade para que seja pátria comum para os romanos, ciganos, imigrantes. Uma cidade que acabe com todas as formas de racismo, para que seja possível viver juntos em uma sociedade fundada nos valores do amor e da solidariedade. Garantir a escola e a educação das crianças e dos jovens ciganos, além de moradia digna para as suas famílias, é um imperativo para todos diante de uma tragédia assim", disse o presidente da Comunidade de Sant'Egídio, Marco Impagliazzo.
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