24 de junho de 2011

200 mil Católicos acompanharam ao longo do dia as celebrações de Corpus Christi em Brasília


Cerca de 20 mil fiéis assistiram à missa de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. (Foto: Marcelo Parreira / G1)

Uma festa marcada pela paz e pela fé. Assim foi a celebração de Corpus Christi, ontem, na Esplanada dos Ministérios. O evento reuniu cerca de 200 mil pessoas, durante todo o dia, segundo estimativa da Polícia Militar. Não houve ocorrência grave, apenas crianças perdidas e pessoas que sentiram-se mal por conta do calor da quinta-feira à tarde. Em média, ainda de acordo com a PM, 60 mil acompanharam o momento mais esperado, a Santa Missa, em homenagem à presença do corpo de Cristo. Pela manhã, cerca de 500 pessoas confeccionaram um tapete no local, um dos rituais mais tradicionais da celebração.

Durante o dia, a temperatura chegou a 27ºC. Debaixo do sol quente, milhares fizeram fila para o confessionário. Os 40 padres que ouviram os pecados dos fiéis trabalharam das 14h às 17h, debaixo de uma tenda. O espaço não tinha divisórias, por isso quem confessava pecados falava quase ao pé do ouvido dos sacerdotes.

Muitos queriam se confessar antes da missa prevista para a noite, momento em que a hóstia foi distribuída. A moradora de Ceilândia Ana Márcia da Silva, 40 anos, professora, esperou durante quase meia hora para falar com o padre. “Vale a pena, pois é a reconciliação com Cristo”, afirmou. A servidora pública Fabiana Batista da Silva, 38 anos, moradora do Setor O, em Ceilândia, também enfrentou a longa fila. “A Santa Igreja recomenda que a gente se confesse uma vez ao ano. Eu tento me livrar dos pecados pelo menos uma vez ao mês. Reconhecemos no padre a presença de Jesus Cristo”, explicou.

A principal cerimônia teve início às 17h, com a chegada de padres, bispos e outros representantes da Igreja Católica. Eles saíram em procissão da Catedral até o gramado central da Esplanada dos Ministérios, onde o altar estava montado. Pouco depois das 20h, o público se despediu, com uma caminhada iluminada por velas.

O morador de Taguatinga Luiz Figueiro, 83 anos, acompanhou cada momento. Católico, ele não se desanimou com o calor ou o cansaço. Levou seu próprio banquinho. “Não reclamo de nada. Quero festejar a igreja, agradecer a Deus pela vida”, disse.


A copeira Arlê Gomes, 54 anos, que vive no Recanto das Emas, aproveitou o Corpus Christi para se sentir mais perto de Deus. “Estar bem com ele é importante. É preciso estar de coração limpo para receber a eucaristia, que é a cura da mente e do corpo”, relatou. A entrega das hóstias foi um dos momentos de maior emoção. A Arquidiocese de Brasília distribuiu 21 mil partículas, em 250 âmbulas (pequenos vasos). No ano passado, por causa do Congresso Eucarístico, realizado em Brasília, não houve a tradicional celebração de Corpus Christi na Esplanada. Somente nas paróquias.

Discurso

Ontem, dom Waldemar Passini, administrador apostólico de Brasília, esteva à frente da celebração. Ele substitui temporariamente o arcebispo de Brasília nomeado, dom Sérgio da Rocha, que deve assumir o cargo em agosto. No sermão, ele ressaltou os males do consumismo na sociedade. Pediu aos fiéis que se apegassem menos aos bens materiais e cuidassem da espiritualidade. Dom Waldemar agradeceu a presença dos jovens, que eram maioria. No microfone, fez um apelo especial aos casais. “Peço que tenham numerosos filhos e sejam generosos com a igreja.” Dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, também participou da cerimônia.

A festa católica custou R$ 250 mil aos cofres públicos. O secretário de Turismo, Luis Otávio Leite, justificou o investimento. “Apesar de a cidade estar mais vazia nesse feriado, a festa ajuda a melhorar a imagem de Brasília no restante do país”. Políticos prestigiaram o evento. Entre eles, o governador do DF, Agnelo Queiroz. O chefe do Executivo local chegou acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz. Também houve a presença de deputados distritais e federais.

Agnelo permaneceu sentado durante a distribuição das hóstias. A tradição católica afirma que é preciso estar livre de todos os pecados para receber a comunhão. “Sou católico, batizado e crismado. Além disso, a festa é um marco importante, uma festa de fé e da família. O GDF é parceiro, ajudou com infraestrutura, com muita satisfação”, afirmou o governador.


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