
Façamos uma reflexão sobre um dos pontos deste nosso per+curso de Espiritualidade que aborda o Código da Cavalaria Medieval como uma Fonte inspiracional das Virtudes sob a ótica franciscana.
Francisco e Clara de Assis viveram na época medieval, tempo este que nos revela uma nítida cultura de amor. Hoje, nós, pós- modernos, temos um velado preconceito sobre a Idade Média, que vaza para nós no redutivo conceito do obscurantismo, da idade das trevas, da inquisição ou do conservadorismo; mas vamos deixar qualquer leitura ideologicamente assim definida, e, façamos uma pergunta: tem a nossa atualidade histórica hoje uma cultura de Amor?
Pois a Idade Média tinha e de um modo muito nítido. É neste período que nasce, cresce e é abraçado como um projeto de vida o Ideal do Amor Cortês Cavaleiresco. O que é e o que inspira o Amor Cortês Cavaleiresco?
No meio de uma civilização rude, que conhece as batalhas, ambição, o fastígio da glória e das conquistas, o choque entre permanecer no ciclo fechado de feudalismo dominando ou abrir-se para uma nova civilização baseada nas comunas (a organização da civitas, o nascimento das cidades), entre as tensões do poder dos imperadores (que querem unir reinos) e do papado (não podemos esquecer que neste período a eclesiologia tem força de estado e pensa como os impérios ); em meio a toda esta ebulição vai surgindo uma nova linguagem, um novo costume, um sentimento novo, um novo código de comportamento.
O que a sociedade pós- moderna de hoje tem a ver com a medievalidade ainda tão atraente? Por que ela continua a revelar uma originalidade, uma civilização que traz evidente modelo de vivência que pode iluminar e elevar o nível da civilização atual tão carente de modelos de grandeza? A Idade Média, esta época da história tão rica de expressões vitais, nos legou um modelo humano em suas dimensões mais variadas: o monge, o camponês, o intelectual, o artesão, o clero, o mercador, a mulher, a família, o santo, o guerreiro, o nobre, o leproso, o excluído. Mas, sobretudo, o mundo medieval nos passou três tipos que marcaram por demais a sociedade cristã: oratores, bellatores, laboratores, os que oram, os que combatem, os que trabalham.
Estes elementos construíram a paisagem social não só deste período, mas encontraram correspondência nos tempos que se sucederam. De todos escolhemos um modelo deste complexo humano medieval que remetia a um princípio, a uma busca, a um projeto de vida. Escolhemos uma grande figura que é um símbolo de toda uma civilização: o Cavaleiro Medieval e seu Código da Cavalaria.
(fonte: carismafranciscano.blogspot.com)
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