16 de março de 2012

Igreja católica na Espanha promete 'trabalho fixo'


A crise vocacional religiosa preocupa a Conferência Episcopal Espanhola, cuja idade média de seus mais de 18 mil sacerdotes é de 70 anos. Há seminários praticamente vazios, como o de Bilbao, com apenas oito aspirantes a padre, que não recebeu nenhuma nova inscrição em 2011. Segundo o cardeal de Madri, Rouco Varela, é um sinal “do enfraquecimento da fé ou da mediocridade da vida cristã”. 



 

Em um país onde o desemprego não pára de aumentar --- a previsão do Governo é de que a taxa chegue, no final deste ano, a 22,85%, ou seja, 5,3 milhões de pessoas sem trabalho ---, a Conferência Episcopal Espanhola oferece o sacerdócio como uma opção de “trabalho fixo”. Em um vídeo da campanha do Dia do Seminário (segunda-feira, 19) titulada “Te prometo uma vida apaxionante”, a Igreja católica na Espanha usa, pela primeira vez, as redes sociais para tentar atrair seminaristas. Promete "trabalho fixo" mas adverte que não promete "um grande salário".Como o arcebispo de Sevilha, Juan José Asenjo, afirmou recentemente: “Entre nós, sacerdotes, não há desemprego”.
Embora o panorama não seja muito alentador para a Igreja - caiu de 162 para 122 o número de sacerdotes ordenados de 2010 para 2011-, os seminários espanhóis conseguiram romper, depois de nove anos, uma tendência de queda: em 2002 entraram 353 novos seminaristas, mas em 2003 já desabou para 256. No curso 2011-2012 a cifra total era de 1.278 aspirantes a padre, dos quais 277 eram novos. Ou seja, 4,2% a mais do que no ano anterior, quando entraram 245. Por sua vez, diminuiu o número de inscritos que abandonaram o seminário: em 2010, 124 desistiram de ser sacerdote, e em 2011, 90 mudaram de idéia.
A Igreja, na Espanha, nega, porém, qualquer associação da crise econômica com o pequeno aumento de seminaristas.

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