28 de junho de 2012

A vocação à santidade nós recebemos no Batismo

Pelo batismo somos todos chamados à santidade. É o mandato do Senhor, nos lembrando a lei antiga do livro de Números: “sede santos como vosso Pai Celeste é santo”. Portanto quando o sacerdote pergunta aos pais e padrinhos o que pedem para a criança e os mesmos respondem: o Batismo, a fé, a paz, etc – é como se o padre interpelasse aos pais e padrinhos a respeito daquilo que Jesus Cristo quer dar à criança através da Igreja: a santidade...por isso a resposta pode ser: pedimos à Igreja de Deus a santidade para o nosso filho ou afilhado...

Ao sermos mergulhados nas águas, somos purificados de toda mancha de pecado, lavados da antiga culpa, herdada de nossos primeiros pais, Adão e Eva, ou dos pecados adquiridos. Saímos das águas, vocacionados, chamados por Deus a sermos seus imitadores, a configurarmo-nos ao Cristo, sacerdote, profeta e rei. Pois pelo batismo somos enxertados no corpo místico de Cristo e na comunidade que é a Igreja.

Logo a santidade possui uma dimensão social, e não somente pessoal, pois participamos de um corpo...

Somos todos chamados à santidade, felicidade e a comunhão, mas não podemos confundir santidade com beatice ou esquisitice, isolamento do mundo ou outras coisas estranhas. Santidade deve ser o jeito de ser do cristão no mundo, tentando transformar a realidade onde vive em lugar de encontro com o outro, com a natureza e com Deus.

O batismo nos confere o tríplice múnus de Cristo e do cristão. Múnus – sacerdotal, real (pastor) e profético. Exercer esta tríplice missão que recebemos no batismo nos conduz a santidade. Alias, não é possível atingir a santidade desejada por Cristo a todos nós se não vivemos a participação no ministério de Jesus, Sacerdote, Profeta e Pastor.

Por isso somos batizados – para sermos profetas – e como profetas precisamos dar testemunho da ação de Deus em nossa vida... e ao participarmos de uma comunidade assumimos responsabilidades e deveres cristãos.

Logo nesta perspectiva – santidade coincide com engajamento cristão em meio a sociedade – nenhum cristo pode ficar parado, na inércia – “ A videira que não der fruto será cortada e lançada ao fogo” diz Jesus – e ainda quando o Mestre vai à praça e pergunta “por que estais aí parados sem fazer nada?”, de imediato Jesus convida-os ao trabalho na vinha... “Ide também vós trabalhar na minha vinha”...(Mt 20).

Por santidade entendemos: a vontade de chegar à perfeição no seguimento a Cristo, sendo testemunhas dele onde quer que seja e anunciando seu Evangelho...

Logo podemos afirmar categoricamente: a vocação desperta e se desenvolve naquelas pessoas que buscam viver a santidade no cotidiano da vida... na oração, meditação da Palavra, nos sacramentos...

Assim as vocações específicas: dos leigos(as), religiosos(as) e dos sacerdotes, missionários(as), os de vida consagrada nas comunidades masculinas e femininas são formas que cada batizado encontra para viver em plenitude sua vocação fundamental: a santidade de vida, ou seja o seguimento de Cristo. E o que define e distingue os vocacionados à santidade não são as tarefas, as atividades, ou os "poderes", mas a funcionalidade ou significação no âmbito da evangelização ou vocação essencial da Igreja. É o serviço, a doação, a entrega de sua vida a serviço dos irmãos(as), principalmente os mais pobres entre os pobres...

Quero concluir nosso momento de reflexão de hoje deixando esta palavra para você meu querido irmão e imã, meu caro jovem que pense ou continue pensando sobre o tema: vocação à santidade nós recebemos no Batismo: "Com todos os nossos irmãos na fé, somos chamados a seguir os passos de Cristo, para alcançar a santidade (Cst 13)" .

Aproveito para agradecer o Pe. José Ricardor, pároco da Paróquia Santa Terezinha, Patrocínio, MG. Não posso deixar de agradecer ao Diác. José Luís e afirmar minha orações pela sua Ordenação sacerdotal, 01 de maio, desejando que seja um santo sacerdote. Ainda com gratidão e alegria expresso meu apreço pelo povo da mesma paróquia, Santa Terezinha, pelo carinho e acolhida a mim dedicada nos dias que estive aí, na casa de meus estimados parentes, e presidindo o Augustíssimo Sacramento da Santa Eucaristia.

Com estima e desejos de um caminho espiritual profundo, ao pároco e ao diácono com todos os paroquianos.

Pe. Paulo Batista Borges
Formador no Seminário Nossa Senhora de Fátima e Presidente da OSIB – Nacional

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