“NOVA
EVANGELIZAÇÃO” É A PAUTA DO SÍNODO 2012
11/10/2012
Começou
neste 7 de outubro, em Roma, a 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos
Bispos, com término para o próximo dia 28. Presentes o Santo Padre Bento XVI e
membros da Igreja do mundo inteiro. Durante três semanas, cerca de 170 bispos
indicados por diferentes Conferências Episcopais, também 40 bispos
especialmente convocados pelo Papa, além de representantes do clero universal,
organizações de leigos da Vida Consagrada Religiosa e de várias Instituições
eclesiais se debruçarão em reflexões, sob a luz do Espírito Santo, acerca do
ingente tema de nossos dias: a “Nova evangelização para transmissão da fé
cristã”.
Ah,
você quer entender melhor o que seja um Sínodo? Explico, e o faço a partir do
meu próprio livro Dom Luciano, especial dom de Deus, Parte VIII, 54.4, no qual
apresento o Sínodo realizado, também em outubro, de 2005, com o tema
“Eucaristia: fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”. Valho-me, também do
artigo do cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, “Sínodo 2012: a
questão que está em jogo”, divulgado no último dia 2, e de uma entrevista dele,
em São Paulo. Também Dom Luciano escreveu a respeito e explicou que sini, odos
significa “caminhar juntos”, constituindo-se o evento em “vitalidade para a
Igreja”.
Acerca
ainda de como se dá o Sínodo, há que se ressaltar que nele a Igreja, na pessoa
do Papa e de todas as suas representações, discutem um tema específico de
relevância para a Instituição eclesial e os fiéis. No caso do encontro em 2005, foram quatro os
bispos eleitos, durante Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
– CNBB, para comparecerem ao importante evento eclesial na cidade eterna: além
de Dom Luciano, que era delegado permanente para os Sínodos – e ele participou
de todos – estiveram presentes os cardeais Dom Geraldo Majella Agnelo e Dom
Cláudio Hummes e o Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha. A abertura é solene, na
Praça de São Pedro, e o Papa o preside,
comparecendo diariamente às sessões plenárias de trabalho. É Dom Luciano quem
explica: “(...) o método sinodal prevê sessões plenárias e reuniões de grupo
com, aproximadamente, vinte membros, distribuídos pelo idioma escolhido –
italiano, espanhol, alemão, inglês e francês. A cada membro compete usar a
palavra em plenário por 6 minutos e entregar o texto completo por escrito
(...).”. Naquela ocasião, introduziram a inovação de sessões diárias ou palavra
livre, e, conforme Dom Luciano, “uma das riquezas do Sínodo é a diversidade de
experiência, cultura e ritos na unidade da mesma fé. Impressiona muito o testemunho
de bispos que provêm de países onde as comunidades sofrem restrições quanto à
liberdade religiosa”.
Mas
por que neste Sínodo estará a Igreja refletindo sobre a “nova evangelização
para a transmissão da fé cristã”, pode você estar se perguntando. A esse
respeito, aponto o que registrou Dom Odilo, segundo quem são duas as questões
postas pelo tema, a evangelização e a transmissão da fé cristã, ambas são
dependentes e relacionadas entre si. “A Igreja tem consciência de que sua
missão é evangelizar, ou seja, proclamar e testemunhar ao mundo o Evangelho do
Reino de Deus. E isso com o objetivo de despertar nas pessoas a atenção e o
interesse pelo Evangelho e de ajudá-las a chegar ao ato de fé. Essa é a razão
de ser da evangelização: ajudar a chegar à fé cristã, transmitir esta fé aos
outros, com a ajuda da graça de Deus”.
Então,
em sendo Sínodo a proposta de caminhar juntos, é exatamente neste intento que a
Igreja, lá representada, estará todo o tempo refletindo. Considere-se que, como
fez Jesus entre nós, dois mil anos atrás, a Palavra é semeada, mas nem todos a
compreendem e a põem em prática; ainda assim, é preciso semear sempre e, neste
proceder, buscar entender por que muito tem acontecido de as sementes não
produzirem frutos. É, pois, dever da Igreja, estar atenta para que a pessoa em
diferentes regiões e situações do mundo tenha oportunidade de melhor captarem o
ensinamento do Mestre. Sobre a escolha do tema, conforme o cardeal, “as
explicações podem ser diversas, mas é certo que há uma séria crise na evangelização
e na transmissão da fé em nossos dias, em várias partes do mundo. Há falhas na
evangelização por ser insuficiente, inadequada ou desfocada; e quando a
proclamação da Boa Nova não é bem feita, os frutos não aparecem”, pontuou.
E
uma coisa mais quero lhe contar a propósito da 13ª Assembleia dos Bispos em
Roma, sendo importante sabê-lo, pois mostra o caminhar junto da Igreja. Antes
de o Sínodo ocorrer, antes de se escolher o tema, as Conferências Episcopais
são consultadas, bem como o próprio Conselho do Sínodo dos Bispos e outros
Organismos da Igreja. Então, conforme explicou Dom Odilo na citada entrevista,
no último dia 24, foi depois dessa consulta que se viu, a necessidade de se
refletir sobre o tema em questão. Ressaltou que a escolha se deve à “crise
bastante generalizada da fé e da prática religiosa, o relativismo e o
indiferentismo religioso, a superficialidade na adesão de fé e a necessidade de retomar a evangelização,
diante de situações e desafios novos trazidos pelas mudanças culturais e
religiosas de nosso tempo”.
Afinal,
cumpre a cada um de nós, Igreja viva, estar irmanado com nossos pastores
sinodais, no sentido de que muitos frutos surjam do importante encontro.
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