14 de janeiro de 2011

Saiba qual é o caminho para se tornar santo na Igreja Católica


Entenda o processo que leva à canonização no catolicismo.



O Papa João Paulo II vai ser beatificado em 1º de maio próximo, em um passo prévio à sua canonização, anunciou nesta sexta-feira (14) o Vaticano.
Desde que se facilitou o caminho da canonização para os futuros santos, graças à reforma do Código de Direito Canônico de 1983, diminuíram os obstáculos e exigências para se chegar a santo.
São três as etapas pelas quais deve passar o candidato a santo - confirmação das "virtudes heroicas", beatificação, e canonização -, para as quais se necessita de um milagre comprovado.

O papa João Paulo II em audiência no Vaticano em 30 de abril de 2003.O papa João Paulo II em audiência no Vaticano em 30 de abril de 2003. (Foto: Reuters)













O primeiro passo para o processo de beatificação geralmente é dado pelo bispo da diocese à qual pertence o candidato e dificilmente antes dos cinco anos posteriores à sua morte.
Durante a investigação, primeiro se demonstra que o candidato tinha "fama de santidade" e que merece ser proposto à canonização.
O bispo e/ou leigos, ou inclusive um chamado "postulador" (espécie de advogado de defesa), levam posteriormente a proposta à Congregação para as Causas dos Santos - mais conhecida em Roma como "fábrica de santos" -, que é encarregada de dar o "nihil obstat" (permissão) para iniciar o verdadeiro processo das "virtudes heroicas".
O postulador deve reunir toda a informação, de depoimentos até cartas e escritos, para demonstrar que o candidato praticava de forma "heroica" e continuada as virtudes da fé.
O informe passa, então, pelas mãos do antigamente chamado "advogado do diabo" (assim denominado porque criava mil entraves e obstáculos no caminho do candidato), atualmente conhecido como "promotor da fé", que passou a ser quase um colaborador do futuro santo, tratando de ajudá-lo indiretamente a demonstrar suas qualidades.
Os teólogos consultores, os cardeais e até o papa têm o direito de opinar nesta etapa do processo, depois da qual se pode prever a beatificação, sempre e quanto se tenha demonstrado pelo menos a existência de um milagre que possa ser atribuído ao candidato.
A reforma do Código de Direito Canônico exige a demonstração de um milagre para proclamar um santo.
Mas demonstrar a validade do milagre não é tarefa fácil. A Congregação para as Causas dos Santos se vale da assessoria de uma equipe de 70 médicos e vários especialistas, assim como dos estudos clínicos aos quais é submetido o indivíduo supostamente curado por um milagre.
Uma primeira aproximação do fenômeno denominado "milagre" é que a cura tenha acontecido de forma instantânea, perfeita e duradoura e inexplicável cientificamente, como a de uma doença incurável ou muito difícil de se tratar.

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