31 de janeiro de 2011

AUMENTARAM AS TENSÕES NO EGITO DURANTE O FINAL DE SEMANA

Cairo, 31 jan (RV) – As tensões entre manifestantes que exigem a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, e as Forças Armadas do país aumentaram ainda mais nesse final de semana. Na madrugada desta segunda-feira, em uma cidade tomada pela formação de milícias rebeladas, tanques e aviões do exército, ouvia-se uma intensa troca de tiros e até grandes explosões pela capital. 

Alguns jornais locais trazem números: fala-se em 150 mortos, mais de um mil e seiscentas pessoas detidas e 100 desaparecidos. 

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Mahmoud Abazzo (que é o presidente do principal partido de oposição, El Wafd) disse que o que se está vivenciando é o fim da legitimidade do governo de Mubarak. Abazzo teme “que a violência no Cairo saia do controle tanto dos manifestantes como do governo”, e que isso provoque um “banho de sangue." 

Mubarak nomeou um vice-presidente e um primeiro-ministro, mas ambos pertencentes às bases militares do governo, o que levou a população a concluir que o atual presidente não pensa em sair do poder - o qual detém em suas mãos há 30 anos. O movimento foi visto como uma estratégia para ganhar o apoio do exército, dando-lhe mais poder dentro do governo, e assim garantir a aliança com os generais. Nas ruas de algumas cidades, porém, alguns militares já estão se recusando a reprimir a população. (ED)

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